A inspiração de Rúben Neves e a felicidade de Brahimi foram as bases para o triunfo do FC Porto em Coimbra, diante de uma Académica que se mantém abaixo da linha de água e que sente a pressão aumentar a cada jornada que passa.
A teoria não dava o favoritismo à Académica antes do encontro, mas isso não foi motivo de impedimento para a equipa orientada por Filipe Gouveia se adiantar no marcador. Um grande golo de Pedro Nuno (jogador com qualidade para outros patamares), através da conversão de um livre à entrada da área, adiantou os estudantes aos 25 minutos.
O FC Porto tinha sido dominador até então e tinha criado duas boas situações para marcar primeiro. Maxi Pereira viu Pedro Trigueira negar-lhe o golo e depois foi Silvestre Varela quem chegou atrasado a um cruzamento de Herrera. Apesar de jogar num ritmo baixo, pela superioridade que evidenciava na partida, a turma de José Peseiro não merecia estar em desvantagem.
No entanto, apesar do grande golo de Pedro Nuno, o jogo manteve a mesma toada – FC Porto com mais bola e mais dominador, perante uma Académica na expectativa e a tentar jogar no erro do adversário – e os azuis e brancos demoraram pouco tempo a chegar ao empate. Aos 38 minutos, na sequência de uma bola afastada da área pela defesa dos da casa, Rúben Neves rematou de primeira e surpreendeu Pedro Trigueira, guarda-redes que bem se esticou mas não conseguiu impedir o esférico de entrar na sua baliza.
A mudança no resultado em nada alterou a postura das duas equipas e na segunda parte os azuis e brancos confirmaram a reviravolta no marcador. Após uma jogada de perigo para cada uma das equipas na etapa complementar, o FC Porto foi bafejado pela sorte aos 66 minutos. Brahimi, que tinha entrado instantes antes, cruzou para a área e sem que a bola tocasse em alguém viu-a entrar dentro da baliza da Académica. A movimentação de André Silva atrapalhou Pedro Trigueira e os dragões conseguiram mesmo chegar à vantagem. Uma vantagem justa da equipa que mais tinha feito por isso até então.
No entanto, a Académica, pressionada pela necessidade de conquistar pontos, não baixou os braços e procurou aproveitar os vários deslizes da defesa do FC Porto para manter o jogo vivo. A turma de Coimbra subiu mais no terreno, conseguiu rondar a baliza de Helton com relativo perigo, mas não alcançou mais do que isso, apesar da bola ainda ter batido na barra da baliza do FC Porto a um minuto dos 90. Teria sido um grande golo de Nii Plange, que viu a possibilidade de conquistar 1 ponto por centímetros.
O lateral-direito é um poço de energia e esteve bastante participativo nas movimentações ofensivas do FC Porto. Maxi Pereira espreitou o golo por algumas vezes, acabou por ficar em branco mas isso não retira brilho à sua exibição.
Apesar dos azuis e brancos terem ganho, continuam a mostrar algumas debilidades defensivas. A Académica aproveitou esse facto para discutir o resultado até ao fim, mas não teve a capacidade, nem a felicidade de chegar ao segundo golo. José Ángel foi o defesa que esteve mais desastrado.