Vitória, por 6x1, em Moreira de Cónegos apura o Benfica para as meias-finais da Taça da Liga.
Continua infalível e afinado o motor do Ferrari encarnado; e agora com uns cavalos extra conferidos pela potência artística do futebol de Nico Gaitán. O argentino voltou ao onze do Benfica em Moreira de Cónegos, esta terça-feira, em jogo decisivo da Taça da Liga e tratou de conduzir a alta velocidade o futebol encarnado até às meias-finais.
Indiferente ao tempo de paragem, Gaitán começou a estampar o selo pessoal aos 14 minutos. Pressão sobre Micael junto à linha de fundo, forçando o defesa do Moreirense a entregar para Talisca que, de primeira, bateu Nilson. Era, por esta altura, o segundo golo das águias – e de Talisca -, depois do brasileiro ter aberto o marcador aos 12 minutos, na transformação de uma grande penalidade a castigar falta de Patrick sobre Gonçalo Guedes.
Tudo muito simples, tudo muito fácil. O Moreirense – com várias mexidas, a começar no eixo defensivo – acusou o primeiro toque, aos 12 minutos, e nunca mais foi capaz de bater o pé ao veículo todo-o-terreno de Rui Vitória. Iuri Medeiros, o mais artista entre os cónegos, ainda deu um ar da sua graça, com um belo golo, aos 25 minutos - e um remate à trave aos 76 minutos -, mas a gravidade do jogo rapidamente regressou ao lado vermelho do tabuleiro.
Nico estava em noite sim. Aos 50 minutos, por exemplo, ensaiou outra obra de arte. Um toque, olhos na bola e pontapé de bicicleta, tudo com um defesa por perto; a bola bateu no defesa e não entrou. Mas isso é quase secundário. Era tudo tão fácil; e fácil foi o golo que fechou as contas, aos 89 minutos. Bem Guedes a ganhar a linha, passe recuado e Gaitán, de pé direito, atirou para o fim da história.
Mas seria carregada de injustiça esta crónica se Talisca não fosse mencionado. Se Gaitán, pela regularidade e genialidade constante, foi destaque, Talisca foi figura. O brasileiro, que não raras vezes adormece em campo, foi dono de um hat-trick, com o terceiro golo, aos 83 minutos, em grande estilo.
No meio deste one-man-show, vários apontamentos de rodapé. Nélson Semedo, depois de um jogo menos conseguido frente ao Oriental, já se apresentou a um nível bem mais próximo daquele que patenteou antes da grave lesão. O lateral direito subiu – e bem – em várias ocasiões e mostrou níveis de confiança condizentes com a qualidade técnica. Já Renato Sanches, por exemplo, falhou demasiados passes numa noite pouco deslumbrante.