Paracetamol misturado com red bull acaba em goleada

Entrada de pesadelo, saída de sonho e com um registo impressionante. O Sporting venceu, este domingo, o Nacional, por 5x2, mas a vitória esteve muito longe de ser fácil para os comandados de Marcel Keizer.

A equipa madeirense entrou muito melhor no encontro, marcou dois golos e deixou Alvalade em estado de preocupação extrema. Só que a formação leonina continua a apresentar um poder ofensivo impressionante e da desvantagem conseguiu uma vitória por três golos de diferença. Seis jogos, seis vitórias e 25 golos para o Sporting de Marcel Keizer. Para quem gosta de apostas, um +2,5 parece dinheiro certo nas partidas deste novo leão.

Depressa e bem, não há quem

José Gomes avisou com palavras, José Mota anteviu dificuldades para Marcel Keizer, Costinha não avisou, fez mesmo. O treinador dos insulares fez a sua equipa assumir o jogo em Alvalade e o Nacional não se deu nada mal no primeiro tempo, período no qual a formação madeirense deu mostras de qualidade individual e coletiva, com processos bem trabalhados que permitiram uma vantagem de dois golos em apenas 26 minutos. Já lá vamos, antes temos de falar do nervosismo sportinguista.

Numa boa série de vitórias e com resultados convincentes, é de estranhar uma entrada tão negativa por parte da equipa de Marcel Keizer. O ditado popular diz que «depressa e bem, não há quem» e se o treinador holandês não conhecia essa profecia, ficou a conhecer.

Com Bruno César a ocupar o lugar do lesionado Wendel e Jefferson na esquerda devido ao castigo de Acuña, os leões tiveram muitas dificuldades para construirem o jogo que tinham vindo a fazer nas últimas partidas e muitas vezes foram obrigados ao futebol direto. Enquanto os leões tremiam, os insulares festejavam.

Na primeira iniciativa ofensiva, Witi mostrou qualidade individual e entregou a bola para um dos artistas dos madeirenses. João Camacho agradeceu com um remate em arco a provocar o primeiro choque em Alvalade. 

O arranque foi completamente madeirense e a equipa de Costinha cedo percebeu que este era um leão intranquilo, particularmente no lado esquerdo, onde Jefferson estava a ter uma noite de pesadelo. Na verdade, o defesa pareceu mesmo estar a dormir quando, com toda a calma, o Nacional construiu uma jogada no lado esquerdo do ataque e Palocevic cabeceou para o 2x0. Keizer, que tanto tem falado de energia, terá ficado desiludido com o adormecimento do brasileiro.

Despertar do choque não foi fácil. A qualidade de jogo continuou a faltar e o nervosismo ficava cada vez mais intenso, mas de uma iniciativa individual de Coates nasceu uma grande penalidade sobre Bas Dost, que o próprio converteu, catapultando a equipa para uma boa reta final de primeiro tempo sem direito a segundo golo.

Excelente entrada do Nacional contrastou com o mau arranque leonino ©Carlos Alberto Costa

Desafio superado depois de uma carta de energia

Foi com uma energia positiva que o Sporting regressou aos balneários, mas os leões precisavam de marcar dois golos para continuarem a série vitoriosa e encontraram um novo Nacional no segundo tempo. Com mais pragmatismo e também devido ao espírito leonino, os insulares encostaram-se mais atrás e procuraram segurar o resultado. 

Por momentos a estratégia foi funcionando. O Sporting estava com algumas dificuldades para criar jogadas de perigo e o Nacional ia, a espaços, ganhando tempo em posse. Sem ninguém a aquecer, Keizer lá acabou por mandar Jovane fazer exercícios e depois da entrada de Miguel Luís, ao intervalo, o treinador holandês encontrou o dínamo que faltava para ligar os leões à corrente.

O impacto não podia ser mais imediato e foi de um movimento interior de Jovane que nasceu o empate, pelos pés de Bruno Fernandes. Alvalade entrou em ebulição, mas os leões quiseram mais e no momento decisivo da partida engoliram por completo a equipa de Costinha. A reviravolta parecia uma questão de tempo e na verdade nem foi preciso esperar muito. Um livre perfeito de Mathieu colocou pela primeira vez os leões na frente do marcador e obrigou o Nacional a voltar a procurar a sua sorte. Demasiado tarde.

Nos últimos minutos, mais uma grande penalidade convertida por Bas Dost, novamente sofrida pelo holandês e novo golo de Bruno Fernandes fez com que a tendência se transformasse quase numa tradição. Este Sporting de Keizer vence o sexto jogo com o treinador ao comando e já leva um registo de 25 golos marcados! O poder de fogo está todo lá, mas os leões não vão escapar sempre a entradas tão más como a desta noite.