A história da Premier League é a história do sucesso do Manchester United. Muitos são os nomes que estão ligados ao gigante mancuniano, mas há um nome que se destaca, um nome omnipresente nos vinte anos de sucessos dos red devils no Campeonato máximo de Inglaterra, esse nome é Alex Ferguson.
Em 20 títulos, os vermelhos de Manchester conquistaram 12. Os restantes títulos, como pequenas migalhas, foram deixados para Chelsea (3), Arsenal (3), Blackburn (1) e Manchester City (1).
Durante vinte anos o Manchester nunca saiu dos três primeiros lugares, cimentando a sua supremacia na competição. Os seus principais rivais, Arsenal, Chelsea e Liverpool, foram presenças constantes no top 4. A sua constância, a partir do novo milénio, levou a que o quarteto ficasse conhecido como «Big Four», e apenas por duas vezes o monopólio foi quebrado, em 1995 pelo Blackburn Rovers e em 2012 pelo Manchester City.
«Show me the money»
Em 1990, o diretor da London Weekend Television (LWT), canal inglês que transmitia grande parte dos jogos da First Division, Greg Dyke reuniu-se com os representantes do Manchester United, Liverpool, Arsenal, Tottenham e Everton, conhecidos então como os «cinco grandes» do futebol na Inglaterra. A reunião tinha como objetivo pavimentar o caminho para uma rutura com o Football League, e com os métodos ultrapassados da organização.
Dyke acreditava que seria mais lucrativo tanto para a LWT como para os clubes, se as transmissões televisivas se centrassem mais nos grandes clubes, concentrando patrocínios e conseguindo gerar mais receitas, que seriam reinvestidos nos próprios clubes, para melhorar plantéis e infraestruturas.
A nova liga ficaria com todas as receitas e o dinheiro seria dividido pelos clubes, ao contrário do que acontecia na antiga First Division, onde o dinheiro era partilhado pelos diversos escalões.
Os «cinco» concordaram com a ideia e decidiram viabilizar a proposta, procurando a FA (Football Association - Federação Inglesa) para obter apoio, pois estavam cientes que o campeonato não teria credibilidade sem o apoio da FA.
Seria David Dein, representante do Arsenal a manter conversações com a FA, numa altura em que as relações entre a Federação e a Liga não eram as melhoras.
A FA, percebeu que a ideia de um novo campeonato iria enfraquecer a posição da Liga, e como tal, deu o seu apoio à ideia da competição. ITV ofereceu inicialmente 205 milhões de libras para os direitos de televisão e mais tarde aumentou a sua oferta para 262, mas a proposta seria superada pela oferta do Grupo Sky, do magnata australiano Rupert Murdoch, que viam na futura Premier League o motor de arranque para aliciar novos clientes para o recente serviço pago de satélite da Sky Televison.
Os clubes queriam dinheiro, os patrocinadores queriam espetáculo, Murdoch tinha o dinheiro necessário para fazer acontecer o espetáculo. As libras chegaram, o champanhe foi aberto, o futebol inglês iniciava uma revolução.
O acordo
O acordo entre os membros fundadores, assinado a 17 de Julho de 1991, pelos principais clubes ingleses, estabelecia os princípios básicos para a formação da FA Premier League.
A recém criada nova competição seria económica e comercialmente independente, tanto da Federação como da Liga, ganhando o direito para negociar os direitos de transmissão televisiva (para Inglaterra e resto do mundo) e o direito de negociar novos patrocínios, com o argumento que todo o dinheiro novo que fosse ganho, ajudaria os clubes ingleses a recuperar do atraso para os restantes campeonatos da Europa.
A 27 de maio de 1992, os clubes da First Division que tinham desistido do campeonato formam a FA Premier League, como uma sociedade anónima com sede em Lancaster Gate, Londres.
Chegava ao fim uma estrutura de 104 anos, e a FA Premier League tornava-se o topo da pirâmide do futebol inglês, mantendo o mesmo número de clubes, mantendo também o mesmo número de despromoções e promoções com a nova First Division, que passava de Campeonato principal ao equivalente da Segunda Divisão.