16º lugar. De momento, o maior pesadelo de panteras e gilistas. Com os dois lugares de descida direta muito distantes, o objetivo é fugir a todo o custo do lugar de play-off. Numa fase final, em que qualquer pontinho importa, Boavista e Gil Vicente empataram (1-1) e, ainda que a passo, distanciaram-se do temido posto.
A primeira meia hora refletiu-se bem na bancada. O Bessa voltou a abrir, gratuitamente, portas e replicou a boa casa verificada contra o Estrela - desta feita, foram 17.465 adeptos. Curiosamente - e nem a propósito - para compreender este período bastou atentar nas expressões dos milhares de adeptos.
Entusiasmados, ao ritmo do tambor, houve emoção, cânticos de apoio e emoção a cada sprint de Martim Tavares, toque de Reisinho, passe de Bruno Lourenço ou arrancada de Salvador Agra, por pouco incómoda que fosse.
Em sentido inverso - e mesmo com a boa amostra de gilistas na bancada - a apreensão e o silêncio geral tomaram conta quando o Gil - em menos quantidade, mas em maior intensidade - criou perigo. Félix Correia, ludibriador por natureza, foi a maior dor de cabeça.
Sem fazer prever, o pé de Bruno Lourenço deu vida a tanto suspiro - seja de alívio ou de ânsia. Ainda distante da baliza, o médio ofereceu um balão a Andrew e, graças a um golo memorável, abriu o marcador.
A partida, mesmo antes do golo inaugural, já tinha perdido algum ritmo e o Gil, equipa mais técnica e criativa, agradeceu. O empate chegou num lance confuso, na sequência de uma bola parada, com Gabriel Pereira a empurrar a bola para lá da linha de golo. Esse conforto gilista, no jogo e no marcador, continuou no segundo tempo.
Continuou - com Félix Correia uma vez mais em evidência -, mas por pouco tempo. Os adeptos da casa «obrigaram» o Boavista a recompor-se e a ir em busca dos três pontos. Recado ouvido e cumprido; em campo, axadrezados mais ofensivos e predispostos a serem felizes.
A felicidade foi procurada e pareceu estar ao virar da esquina: à entrada para o último quarto de hora, uma queda na área não abriu espaço a segundas interpretações e originou uma grande penalidade. Dos onze metros, com o bis na mira, Bruno Lourenço atirou fraco, para o meio da baliza. Andrew agradeceu e defendeu.
Até ao final, houve vontade mútuo, mexidas esperançosas, mas pouco perigo concreto. Por isso, o empate é um mal menor e as decisões ficam adiadas para as duas jornadas restantes.
Com muitos axadrezados e vários gilistas de voz bem afinada. O Estádio do Bessa é um dos palcos mais míticos do futebol português e fica ainda mais bonito com adeptos, cheio e barulhento. Dá gosto ver esta moldura humana.
Uma grande penalidade é uma oportunidade soberana. Ainda para mais, quando o resultado é um empate. A poucos minutos do fim, com todo o rebuliço da manutenção, a felicidade estava ali mesmo ao virar da esquina, mas foi falhada. No ponto de vista boavisteiro, fica apenas a pena e a esperança que esta falha não custe caro no futuro.
Exibição positiva de Fábio Veríssimo. Ajuizou bem a grande penalidade e não parece ter existido nada de irregular no lance do golo gilista: os dois lances capitais - e de dúvida - da partida. De resto, parou por vezes o jogo e concentrou-se, sem grande necessidade, nos bancos de suplente, mas isso parece ser um mal geral e uma batalha perdida.